A diversidade em campanhas com influenciadores.
Apesar de ser inegável que a conversa sobre diversidades - seja social, de gênero, ou racial - na nossa sociedade está cada vez mais ampla e disseminada, existem dúvidas quanto ao verdadeiro aprofundamento dessas discussões. E, mais do que isso, existe a problemática de como trazer essa discussão à tona em alguns cenários onde as poucas ações que estão sendo tomadas não trazem representatividade para todo o problema, e a grande maioria dos players centrais nos meios de comunicação e de poder ainda não aborda os assuntos de diversidade de frente.
Mas neste papo, vamos focar nas marcas e em suas campanhas publicitárias. Para onde devemos caminhar juntos?
O objetivo principal é que a inclusão de minorias em campanhas publicitárias não seja apenas uma ação em prol da diversidade, e sim algo rotineiro, realmente incorporando diversidade em campanhas de todos os tipos. A meta não é agradar um público específico, é se tornar o padrão - até porque minorias não são nichos e, muitas vezes, são até numericamente maiores.
Só no Brasil, por exemplo, 56,10% da população é negra e 51,8% são mulheres. Além disso, cerca de 18 milhões de pessoas se identificam como parte da comunidade LGBTQIAP+, e metade deste número diz que prioriza marcas que apoiem os valores dessa causa. Também são 45 milhões de brasileiros que convivem com algum tipo de deficiência, que pode ser física, auditiva, visual ou intelectual.
Não é difícil entender que não estamos falando de um nicho e muito menos de um público exclusivo. São camadas enormes e numerosas da população brasileira que historicamente não percebem a sua existência reconhecida e suas experiências de vida valorizadas na sociedade em que vivem, quem dirá sentirem-se representadas em campanhas publicitárias.
Mas você que leu até aqui deve estar se perguntando: como isso se encaixa no mundo dos influenciadores digitais?
Bom, é simples. Criadores de conteúdo surgem de todos os cantos, de todos os lados e abrangem os mais diferentes públicos. Todas as minorias estão hoje ativamente envolvidas na criação de conteúdo na internet e muitas ainda produzem muito material útil e necessário sobre a diversidade.
Além disso, a internet facilita a conexão de pessoas que se identificam umas com as outras (seja por gênero, etnia, orientação sexual, etc) e ajuda na reprodução de conteúdo especificamente interessante a cada um. Isso faz com que influenciadores que, em plataformas mais tradicionais poderiam ser esquecidos, sejam mais vistos, conhecidos, seguidos e reverenciados no seu meio. Todo mundo ganha.
Você já parou para pensar quantos influenciadores você segue que fogem do padrão da sociedade e se encaixam em alguma dessas categorias de diversidade?